segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Tomás - crónica II

Tomás sente a perda da sua mulher e do seu filho. Já passaram 7 anos mas não esquece. Também não ajuda manter recordações consigo, à vista quando se senta na sua secretária de casa para trabalhar.

Na secretária mantém um moinho de papel, soprado tantas vezes pelo filho. Mantém também um brinco, pequeno, simples, só com uma pérola, usado pela esposa no seu último dia de aniversário.

Parte de si, sabe que tem de esquecer, seguir em frente, continuar a sua vida sem este peso do passado. De certa forma o faz, continua a transmitir o seu saber, continua a fazer palestras, mas sente-se um autómato, sem prazer, dia após dia, numa rotina da qual não pode, ou quer, sair.

domingo, 17 de agosto de 2008

Tomás - crónicas da vida I

Tomás tem perto de 50 anos. Vive só. É professor universitário, opinion-maker, gosta de plateias.

Na juventude queria ser maestro, as plateias sempre presentes. Hoje divide o seu tempo entre as aulas com a juventude de que tanto gosta e apoia, o computador onde escreve para o mundo e as idas à televisão para comentar as sucessivas crises e angústias mundiais.

Mas Tomás vive só, triste no seu casulo, em eterna recordação do que perdeu.

Domingo à noite

E é domingo, fim de tarde princípio de noite. E amanhã começa a rotina... trabalhar, correr, "chorar" e nova semana para rezar pelo Euromilhões...!

Humildade

Nasceu num país que não Portugal. Veio para cá com, salvo erro 16 anos. Trabalhou nas obras e viveu debaixo de uma bancada no Restelo. Foi atrás de um sonho, o de correr, e levou a nossa bandeira consigo.

Ganhou o que conseguiu, quando conseguiu, com os apoios que conseguiu.

Agora despede-se, com a mesma humildade que tinha no dia em que chegou, com o mesmo sorriso que sempre teve.

Não se queixou de nada, agradeceu e pediu desculpas por não ter conseguido mais. Só podes ter nascido fora de Portugal!

Obrigado Francis Obikwelu!

Sporting vence Supertaça 2008

E o Sporting Ganhou a Supertaça de 2008!

E o Paulo Bento ganhou de novo ao Jesualdo Ferreira.

E o Jesualdo Ferreira ficou de novo com uma azia de todo o tamanho!

E de novo o Jesualdo Ferreira não foi capaz de dizer que o Sporting foi melhor que a sua equipa!

O que há de novo hoje?

sábado, 16 de agosto de 2008

Máquina de lavar a roupa


Ai, Manel! Esta máquina que compramos é tão linda!

Podia ser assim que começaria o meu conto, mas não é.

Na realidade a máquina é linda mas... ninguém sabe trabalhar com ela. Não é pelos mostradores em inglês, nem pelas instruções em espanhol, nem pelo fabricante francês e muito menos pelo vendedor alemão. Com todos eles ou elas ou letras e palavras sei e posso eu bem. O problema é outro...
A máquina parece ter vida própria, vontade única e solitária, independente da minha. Se coloco roupa no tambor, logo a expulsa com um único movimento de rotação. Se escolho o programa 1, para roupa normal, logo a roupa sai encharcada e quase desfeita porque a máquina escolheu o programa 10 para sintéticos. A máquina parece sempre ter uma ideia melhor que a minha para a roupa que lá coloco. Aliás, e ainda não o referi, a máquina fala!

Sim, fala! Não como um vendedor, que tudo proclama como "do bom e do melhor". Ou como um político, que de tudo diz saber, ser o melhor, muito falar, e ninguém perceber. A máquina sabe o que diz. Não é nem "bom dia" ou "boa noite", não é lá muito educada. Diz antes que a "água está quente, ainda me queimo" ou "tanto detergente, ainda me fazes perder a tinta" ou ainda "não abuses no amaciador que me dás cabo da resistência".

Só não me diz qual o programa que devo usar. Só não me diz qual a temperatura mais adequada, a quantidade de detergente para a sujidade da roupa ou se o amaciador é o melhor para os tecidos e cores.

Agora, que nada mais sei o que fazer com ela, deixo-a parada, a um canto, onde vai lentamente passando o tempo a olhar pela janela. Sei que está feliz, não reclama, brilha mais do que no dia em que chegou a casa.

Alguém tem um tanque dos antigos para eu lavar a minha roupa???

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Era mais um dia como outro, nada mais havia. A correr, o stress a acumular.
Da cama para o chuveiro, passando pela escova e pelo café com sandes de queijo com manteiga. Muita manteiga para nada ter sabor. As chaves do carro e o saco, correr até ao comboio evitando as passadeiras porque não há tempo para parar.
O comboio anunciado, o barulho das solas no alcatrão, rápidas e pesadas. O suor de 100 metros porque nada há mais para correr. Sentado tento ler, o barulho de fundo capta a concentração, combato os outros para me reduzir às letras.
À chegada desço as escadas e corro pelas ruas. As pessoas de sempre, os rostos de sempre, os olhos vazios fixos no chão, sem nada para ver ou sentir.
O pé mal colocado, o mundo em fracções, lentamente, a decorrer até ao baque. Escuro e depois a luminosidade, lentamente, com a dor. Ninguém viu, ninguém sentiu, ninguém ajudou ou agarrou.
Captas o meu olhar, quieta, segura e silenciosa, e por mim perguntas: porquê? Nada mais há?
Lentamente me levanto, ando sem mover, os sapatos suaves na calçada, não há pressa, não há correr. Há o tempo, há o Sol, há a vida, a Vida e tu que me mudas.

Uma primeira vez

Fui desafiado a escrever todos os dias. Aparentemente até tenho algum jeito. Se considerarmos que tenho um conto publicado num livro de vários autores e um texto num manual de escrita, nada mau...

Para primeira vez, e o que custa é a primeira - assim o dizem - não sei por onde começar. Na realidade, estou cansado e à frente do PC há algum tempo. E ainda vou estar mais algum.

Não é o primeiro Blogue que faço. Se consultarem no meu perfil encontram um Blogue, feito em colaboração com a Carola, resultado de um curso de Oficina da Personagem. Podem reparar que está parado...

Neste Blogue não vou escrever apenas textos originados em cursos de escrita criativa e afins. Como o desafio é escrever todos os dias, os temas serão variados.

Esta é uma pequena apresentação.

E o tema do dia é: Será que o meu Sporting vai ganhar a Supertaça de 2008?

Ora bem, se juntarmos o passado recente de vitórias do Paulo Bento sobre o professor, o momento actual (apenas de pré-época), os reforços das equipas, o árbitro , que não é do meu gosto - este ano, a sede de vingança do Papa vai ser tão grande que desconfio que além das canelas irem até ao pescoço, também valerá tirar olhos... -, a auto-proclamada - sempre presente e sempre com as mesmas palavras...- vontade de vencer afirmada pelos jogadores e olhando para o plantel do meu clube, maior equilíbrio e maior número de soluções, considero que é possível a vitória. Será a primeira da época, bom tónico para o título de campeão que já tarda. Podem participar na sondagem ao lado mas aviso desde já que não tem prémio.

E por aqui me fico, vou terminar a configuração do Blogue e fazer algumas coisas mais na net.

Buenas Noxes!